Quando somos mais novos, amigos não nos faltam. Seja na escola, nalguma atividade ou mesmo até na nossa rua, há sempre alguém para brincar. É fácil começar uma nova amizade com um simples "Olá, queres brincar?".
Coleccionamos amigos como quem colecciona cromos.
À medida que vamos crescendo, as amizades tornam-se mais complicadas. Muitas desaparecem sem darmos conta disso. Outras aparecem, do nada, e "esquecemos" as antigas. Os sentimentos tornam-se mais fortes, os desabafos mais frequentes e acabamos mesmo por deixar que essas pessoas entrem nas nossas vidas.
Continuamos a crescer. Mudamos de escola, vamos para a faculdade, arranjamos trabalho, e os supostos amigos vão ficando cada vez mais longe. Há alguns que, de tempos a tempos, nos telefonam, nos perguntam como estamos e prometem combinar um café. Alguns acontecem, outros não. Seguimos a nossa vida.
Mas, mais uma vez, chegam os 30. Chegam os problemas. Chegam os dramas. E onde estão os amigos nessas alturas? Pufff. Foram-se. São muito poucos aqueles a quem, realmente, podemos chamar amigos. Aqueles que achávamos que estariam sempre ao nosso lado, que ouvimos com atenção os seus problemas e demos conselhos, são os primeiros a abandonar o barco.
Restam os verdadeiros. Aqueles que sempre, mas sempre, lá estiveram - mesmo longe fisicamente - e nós nunca demos o devido valor. Ficamos até surpreendidos por aquela pessoa que nunca imaginamos, ser a primeira a nos dar a mão. É assim que se descobre os verdadeiros amigos, o verdadeiro conceito de amizade.
Descobri, aos 30, que tenho poucos a quem chamar amigos. Mas os que tenho, valem por mil.
Viva os 30!